RESUMO:Há muito tempo a cultura do coco é explorada no Brasil, sendo o Nordeste a região que mais produz este fruto, porém o semiárido nordestino sempre sofreu com a questão da seca e outras características climáticas que dificultam o desenvolvimento agrícola da região, a exemplo da grande evapotranspiração, pouca reserva subterrânea de água, deficiência na gestão das águas, assoreamento dos mananciais, entre outros problemas. Não bastasse às dificuldades do clima, ver-se ainda a grande participação de atravessadores na compra do fruto do coqueiro direto ao produtor, o qual estabelece seu preço de compra baseado no valor pago pelos comerciantes dos grandes centros. Partindo da hipótese de que quando chove nas praias o movimento diminui, a venda do coco decresce e consequentemente essa demanda reduzida faz baixar os preços para o produtor no perímetro irrigado de São Gonçalo, Sousa-Paraíba, pretende-se demonstrar, através de ferramentas matemáticas, como gráfico de dispersão e regressão linear, a função que melhor se ajuste a esta relação, entre a variação pluviométrica média na praia de Copacabana no Estado do Rio de Janeiro, que é um dos maiores consumidores deste fruto paraibano, com o preço relatado em entrevista pelos produtores nos últimos 24 meses. Este artigo é parte integrante da dissertação de conclusão de Mestrado em Agroindústria e tem como objetivo entender a relação entre as chuvas no polo receptor do fruto e o preço pago pelos atravessadores ao produtor primário, além de visualizar, através de uma entrevista, todo o cenário de produção e de comportamento do produtor, visando uma futura agroindustrialização dos derivados do coco. A pesquisa justifica-se pelo fato de buscar comprovar a existência de uma dependência social e financeira que prende o produtor à obrigatoriedade de vender seu produto, sem ter a segurança de obtenção do preço justo. A pesquisa, para obter os preços de venda do coco, através de entrevista com os produtores, utilizou-se do vigésimo questionamento, utilizado no formulário elaborado para a dissertação que inspirou este artigo.
Palavras-Chave: Coco, Derivados, Seca, Agroindustrialização.